É fim de tarde de um dia tremendamente quente. O sol começa a esmorecer por detrás dos edifícios, recortando as palmeiras nesse contra luz fogo. Um grupo de mulheres chega à praia. Ouvem-se as suas vozes em volume elevado quando ainda se encontram a metros da linha do mar turquesa. Nao passam despercebidas para mim e para os restantes turistas. Aos olhos dos locais sao apenas mais três mulheres tao txaran quanto as restantes locais. Bikinis padrão leopardo, corpos volumosos, cabelos longos feitos de extensões coloridas perfeitamente visíveis, as toalhas a fazer pandan com o bikini, os grandes óculos de sol sem esquecer a maquilhagem. Sentam-se exactamente à minha frente, esticam as toalhas, retiram três copos do saco, enchem-nos à medida de um shot e brindam. Uma delas vira-se na minha direcção, o telemóvel na mão esticada e um pedido de fotografia:
- Podes tirar-me uma fotografia?
- Claro.
- Optimo. Mas assegura-te de que o meu rabo aparece na fotografia.
Lembro-me do bikini tigresa. Quando ela chegou à praia a única coisa em que conseguia reparar era no bikini espampanante, as extensões de cabelo amarelas visivelmente falsas a roçarem o volumoso rabo. A América já me habituou a mulheres exageradamente grandes. Mas a América ainda não me havia habituado no seu esplendor à demonstração orgulhosa desse mesmo volume. Isso acabou de mudar. Eis-me a sul. Bem-vindos a esta terra de palmeiras, sol, praia, cocktails e exploração feminina autorizada.
Bem vindos a Miami, South Beach.
Estamos na época baixa. Esqueçam as grandes multidões a inundar a praia, turistas a encher todos os grãos de areia existentes. Os 40 graus parecem fogo na pele, a humidade elevada torna-nos a pele pegajosa mas é sobretudo de população local que as ruas e o longo areal se enche.
(continua)
MIAMI
Na terra dos cocos
e dos cocktails
Agosto 2014
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